A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) repudia de forma veemente as declarações, tornadas públicas pela imprensa, do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que atentam contra os princípios e normas que regem o funcionamento da instituição que ele preside e, tão grave quanto isso, vilipendiam os setores organizados da população negra e os adeptos das religiões de matriz africana no Brasil.
Ao se referir ao movimento negro como “escória maldita”, Camargo manifesta desprezo por valores elementares que devem possuir os gestores públicos, tais como civilidade, respeito às diferenças e abertura para o diálogo.
Quando afirma que “macumbeiro não vai ter um centavo”, o presidente da Fundação Palmares viola o artigo 37 da Constituição, que estabelece o princípio da impessoalidade como norteador da administração pública. Ademais, ao atacar tal segmento religioso, Camargo também viola explicitamente o parágrafo nono do artigo primeiro do regimento interno da Fundação Palmares, que é inequívoco ao dizer que é dever deste órgão “assistir as comunidades religiosas de matriz africana na proteção de seus terreiros sacros”.
A Fenajud considera que Sérgio Camargo não está à altura de exercer o cargo que atualmente ocupa e se soma às reivindicações que cobram a sua substituição no comando da Fundação Palmares, uma das instituições mais importantes para a promoção da igualdade racial no Brasil.