Entidade cobrou maior participação de servidores nos debates que envolvam a saúde da categoria. Após pedido da Federação, Conselheiro autorizou participação da entidade representativa nacional nas atividades preparatórias. Segunda edição deve acontecer em setembro deste ano.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) conseguiu um feito histórico: vai participar ativamente da construção do II Seminário do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre a saúde de magistrados e servidores do Poder Judiciário. O pedido oficial, feito pela Federação, foi atendido pelo conselheiro Valtércio de Oliveira. A resposta veio na audiência realizada entre os membros da Fenajud – Sandra Silvestrini, coordenadora-geral; Andrea Ferreira, coordenadora regional Centro-Oeste; e Guilherme Peres, coordenador de Saúde e Previdência – e o conselheiro, na manhã desta quarta-feira (05), em Brasília (DF).
O desembargador adiantou que a Federação vai participar da reunião preparatória no dia 26 de junho, na sede do órgão. O objetivo é apresentar aos membros do Comitê Nacional de Saúde os resultados da Pesquisa de Saúde feita pela Fenajud e Fenajufe, em 2018. Nesta reunião serão discutidas as medidas a serem adotadas durante o evento nacional, previsto para ocorrer no mês de setembro deste ano.
Ainda de acordo com o conselheiro “as entidades terão um espaço de fala, logo na abertura do evento nacional para que apresentem as informações coletadas sobre a categoria”.
Para Sandra Silvestrini, “a oportunidade é propícia para criar um debate construtivo e relevante entre os servidores e magistrados. O Seminário pode ajudar na criação de políticas públicas para garantir a saúde física, mental e social dos componentes do Poder Judiciário. Esse debate é necessário e tem o intuito de garantir o acesso a um ambiente de trabalho saudável e seguro”, afirma.
Guilherme Peres, responsável pela pasta de saúde na Fenajud, disse que “A Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelas Federações dos servidores identificou que a própria estrutura do Poder Judiciário adoece as pessoas. É preciso atuar sobre as causas, de forma preventiva, repensar a estrutura, para que a política nacional de saúde do judiciário não se atenha apenas às consequências e aos adoecimentos”.
O conselheiro Valtércio de Oliveira, por sua vez, destacou que o seminário tem a finalidade de dar um passo adiante no aperfeiçoamento da política atual do Comitê Gestor Nacional por meio da propositura de ideias e do compartilhamento de experiências que serão debatidas nos painéis, nas oficinas e nas conferências realizadas durante o dia.
De acordo com o CNJ, “O Seminário visa promover o intercâmbio de experiências e ideias para a melhoria dos dados que compõem a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, criada pela Resolução 207/2017 do Conselho Nacional de Justiça”.
Pesquisa de Saúde
O grupo levou ao conhecimento do conselheiro Valtércio o resultado da Pesquisa inédita, feita pela Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) e a Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União), em parceria com a Universidade de Brasília.
No protocolo aplicado em todos os estados, as entidades puderam conhecer os principais riscos psicossociais no ambiente de trabalho no judiciário. O tema do material é “Sofrimento e adoecimento no trabalho do judiciário e MPU”.
A Pesquisa foi coordenada pela professora Ana Magnólia Mendes e pelo professor Emílio Faças, do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).