A iniciativa, promovida pelo Ministério das Mulheres, tem como objetivo mobilizar a sociedade na luta contra misoginia e a discriminação contra mulheres.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) assinou, junto com mais de cem entidades da sociedade civil, nesta quarta-feira, 25, acordos de cooperação para o combate à misoginia, o feminicídio e a todas as formas de violência contra as mulheres. A entidade nacional esteve representada pela coordenadora de Saúde dos Trabalhadores e Previdência da Fenajud e pela coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da FENAJUD, Carolina Costa e Ana Carolina Lobo, respectivamente.
As assinaturas fazem parte do lançamento da campanha “Brasil sem Misoginia”, iniciativa do Ministério das Mulheres, tem o objetivo principal de mobilizar toda a sociedade na luta contra o machismo, combate ao ódio, o feminicídio, a violência e a discriminação contra as mulheres.
Cida Gonçalves, ministra da pasta, destacou que um dos principais objetivos do programa é combater a violência contra as mulheres. “A misoginia é a ação propulsora que acaba gerando as mais diversas formas de violência”. Somente no ano de 2022, mais de 1.400 brasileiras foram mortas apenas por serem mulheres.
Para Carolina Costa, a Campanha Brasil sem Misoginia coloca em debate uma pauta muito importante para as sindicalistas mulheres: a violência de gênero dentro dos espaços políticos. “Os sindicatos continuam sendo ocupados majoritariamente por homens e com formatos de participação que dificultam, ou mesmo impedem, a nossa participação. Está expulsão pode acontecer através da omissão dos homens frente a uma estrutura que sempre os favoreceu e que se relaciona com as tarefas de reprodução social ou de maneira mais direta através de agressões cotidianas que incluem situações recorrentes de questionamento à capacidade das mulheres, assédio moral e sexual, humilhações, xingamentos entre outros. Um sindicalismo que se diz defender a classe trabalhadora precisa defender a dignidade e garantir a participação das mulheres – que são a maioria da classe trabalhadora”, afirmou a coordenadora.
Ana Carolina Lôbo, aponta que “a campanha é de suma importância para a sociedade, como um todo, conheça o significado do termo misoginia e comece a perceber, cada vez mais, comportamentos que ainda hoje são naturalizados. E a FENAJUD assinar esse termo representa um compromisso político de eliminar a desigualdade entre homens e mulheres que ainda existe, por exemplo, no sindicalismo. Mês passado realizamos, inclusive, um encontro nacional de mulheres em que aprovamos um manifesto pela paridade no movimento sindical e dentro da FENAJUD. Precisamos ter consciência de que, se muito foi feito, muito ainda é preciso fazer para eliminar a desigualdade, e precisamos que os companheiros se juntem a nós nessa tarefa.”, disse.
Diversas entidades estiveram presentes no lançamento, entre elas entidades do movimento feminista, sindical, social, ONG’s, torcidas organizadas, grupos religiosos, entre vários outros.
A ministra Cida Gonçalves (Mulheres) e a ministra Margareth Menezes (Cultura) assinaram ainda um protocolo de intenção e acordo de cooperação entre os dois ministérios para combater a misoginia e garantir a segurança de mulheres e meninas em atividades artísticas e culturais brasileiras.