Sindijus-PR: A Plenária da construção coletiva

  • A mudança drástica no modelo de trabalho do Judiciário levanta sérias discussões entre servidores sobre aonde a tecnologia pode chegar. O Sindijus-PR debate a inteligência artificial já há alguns anos. Desde a implantação do Projudi as novas tecnologias avançaram no processo produtivo e têm imposto à categoria metas inatingíveis que aceleraram o adoecimento dos servidores.

    O foco da 25ª Plenária Estadual do Sindijus-PR é apontar caminhos para enfrentamento das novas relações de trabalho no Tribunal de Justiça do Paraná. “A discussão coletiva das nossas pautas nos leva à construção de uma luta conjunta, seja ao lado do nosso colega de trabalho, ou nas ruas com os demais trabalhadores. O impacto das novas tecnologias não é exclusividade do Judiciário, ele está em todas as categorias”, ressaltou a coordenadora-geral do Sindicato, Andrea Ferreira.

    Emanuel Dall’Bello dos Santos, coordenador Regional Sul da Fenajud, lembrou que esses formatos híbridos são o desejo de um projeto que há muito tempo vem sendo implementado com as políticas neolibeiras. “A gente vem gritando a tempos sobre essas políticas, um projeto reformista que achata os salários dos servidores e precariza os serviços do Estado”, aponta.

    A mesma opinião tem o oficial de Justiça e dirigente da Associação dos Servidores e Servidoras do Judiciário Brasileiro, Bernardino da Fonseca. Na mesa de abertura da Plenária, Bernardino reforçou que os servidores do Judiciário não são uma ilha. “Estamos inseridos na grande classe trabalhadora mundial, a mesma que luta pela data-base aqui ou os trabalhadores da França nas ruas contra a reforma da previdência”, destaca.

    A coordenadora-geral da Fenajud e diretora do Sindijus-PR, Arlete Rogoginski, reforçou que as entidades dos servidores públicos têm debatido a inteligência artificial e os impactos da tecnologia no Judiciário. “A Fenajud tem ocupado espaços denunciando a precariedade e inserido os servidores para efetivamente participarem das decisões. É fundamental que os servidores sejam ouvidos para estabelecer critérios e, principalmente, os limites da implantação das novas tecnologias”, resumiu.

    Para Andrea, ouvir as diversas experiências sobre modelos implantados traz clareza para que os servidores avaliem as relações de trabalho no seu local. “Estamos num momento de refletirmos sobre os desafios que temos pela frente enquanto classe trabalhadora do serviço público. Precisamos pensar coletivamente e ter um olhar sobre essa ameaça, que rompa os horizontes locais para entendermos que fazemos parte de uma classe de trabalhadores que só farão a resistência e a luta de forma coletiva”.

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