Artigo – Valorização à Vida na Prevenção ao Suicídio

Por Rita Rocha – Psicóloga (CRP 01/19406)

Em tempos difíceis, como o que temos enfrentado, saúde mental parece ter se tornado artigo de luxo. As perdas nos parecem comum, dificilmente não nos sentimos tristes ou até mesmo de luto pelas vítimas da pandemia mundial, além das guerras e aumento no custo de vida, sendo imprescindível elucidar a importância de promover qualidade de vida para toda a sociedade, mas essencialmente no ambiente de trabalho. Falam muito de produtividade, metas a serem atingidas e bom desempenho profissional. Será possível ser um bom profissional quando se está passando por tantas instabilidades emocionais?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é o um estado de completo bem-estar físico, mental e social, ou seja, biopsicossocial, não apenas a ausência de doenças.

Aproximadamente 703 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, o que tornou o suicídio caso de saúde pública. A literatura mundial mostra que a grande maioria dos casos de suicídio ocorrem na população que possui idade para o trabalho e muitos destes que se suicidam estão empregados no momento da morte, tornando o local de trabalho um lugar ideal para psicoeducação e intervenções no combate ao suicídio.

As relações interpessoais e hierárquicas tem sido a causa de sintomas ansiosos e depressivos, além do consumo abusivo de álcool e substâncias psicoativas, sabe-se que estas são causas de adoecimento mental relacionado ao labor. O que pode ocasionar afastamento do trabalho. Estudos e ações são importantes para a busca de mudanças nessas relações, assim como enfatizar a “Empatia”.

Infelizmente ainda é um assunto tabu e negligenciado pela sociedade, os cuidados com a saúde mental. A depressão é um dos adoecimentos mais comum e tem sintomas como: tristeza, angústia, baixa autoestima, apatia, choro fácil e pensamentos negativos. A pessoa tem dificuldade de fazer atividades cotidianas como se relacionar com os outros, se alimentar e manter cuidados pessoais. Se você se identificou com os sintomas descritos ou tem alguém próximo em tal situação, não hesite em procurar ajuda de um profissional da saúde mental.

Depressão é doença e quando não tratada pode levar a morte, pois o risco de ideação e comportamento suicida existe permanentemente durante os episódios depressivos, o risco acomete ambos os sexos, mas é maior para o sexo masculino, portanto, a rede de apoio é imprescindível. Estima-se que 15% das pessoas deprimidas sem tratamento cometem o suicídio.

O percentual de brasileiras e brasileiros que declaram ter recebido diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental subiu 34,2% em seis anos, mostram dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019. A PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), em 2019 aponta que 10,2% (16,3 milhões) das pessoas com mais de 18 anos sofrem da doença. Um dos dados apontados pelo IBGE na Pesquisa Nacional de Saúde merece atenção: mais da metade (52%) dos brasileiros que afirmaram ter diagnóstico de depressão não faziam uso de medicação. Apenas 18,9% faziam psicoterapia.

Ações educativas e preventivas são necessárias na tentativa de evitar o adoecimento mental, ou seja, ter em seu quadro profissionais da saúde mental capacitados e registrados em seus respectivos conselhos de classe.

O cuidado com a saúde mental deve ocorrer durante todo o ano, não apenas durante o mês de setembro. Lembre-se: depressão mata!

Por Rita Rocha – Psicóloga (CRP 01/19406)

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