Mesmo as eleições de 2022, trazendo um resultado que dê vitória a um governo mais progressista, alinhado com os interesses dos trabalhadores, especialistas ouvidos pela equipe de comunicação da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) apontam que é importante que as suas entidades representativas continuem participando e apresentando suas pautas e, principalmente, se mobilizando através de um processo permanente, dentro de um espaço de correlações de forças e interesses, para que suas demandas sejam atendidas. Especificamente sobre os servidores públicos, a sua valorização enquanto trabalhador, está intimamente ligada a qualidade de como a oferta de bens e serviços públicos irão chegar a toda a população.
Renato Assis, do DIEESE, afirma que “Logo, em um contexto de eleições, temos que a vitória de um presidente que se identifique com a causa dos trabalhadores, sejam públicos ou privados, não é necessariamente uma receita que garanta que todas as perdas recentes serão corrigidas, ou que tenhamos maiores avanços no mundo do trabalho, apesar da vitória desse representante venha contribuir para esse fim. Mas, assim como mostra a história econômica mundial, a força e a forma de como os representantes dos trabalhadores irão se mobilizar, tem correlação direta com a manutenção dos direitos, bem como os avanços que precisam ser conquistados”.
Ana Georgina Dias, supervisora técnica da regional Bahia, diz que “As prioridades devem ser colocadas inclusive no caso de outros candidatos que não sejam alinhados ou identificados com a pauta dos trabalhadores vencerem. Independentemente de quem vença a eleição. É bem verdade que a probabilidade de implementação é mais realista num governo progressista, mas elas devem estar sempre no nosso horizonte”.
Renato aponta que, “Para além da questão corporativa, é fundamental a defesa dos direitos dos trabalhadores. Precarizar ainda mais o serviço público, significa também piorar a qualidade dos serviços ofertados para a sociedade. Desse modo, garantir o aumento da força de trabalho, através de concursos públicos, melhorar as condições de trabalho e a estrutura remuneratória são passos importantes para se garantir serviços públicos de qualidade”.
Sobre isso, Ana Georgina pondera que “A defesa dos interesses da sociedade se confunde com a defesa dos interesses dos trabalhadores do serviço público. Desse modo, as entidades representativas dos servidores públicos devem sempre ter como prioridade a prestação do melhor serviço possível, nas melhores condições de trabalho. Sendo assim, a eliminação ou pelo menos a redução da precarização no serviço público é uma prioridade”, conclui.