Indígenas ficarão em Brasília até o próximo sábado (28) contra agenda prejudicial que está em curso no Congresso Nacional e no Governo Federal.
A luta da classe trabalhadora não se resume em combater pautas corporativas e defender direitos trabalhistas. Ela também acontece quando atinge minorias, quando atinge o meio ambiente, quando atacam aqueles que mais precisam da proteção do estado. Tanto que, nesta quarta-feira (25), os dirigentes da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados), Arlete Rogoginski e Roberto Fontenele, se solidarizaram com a situação vivenciadas pelos povos indígenas de todas as partes do país e se somaram aos mais de 6 mil presentes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), que lutam contra a agenda anti-indígena – que está em curso no Congresso Nacional e no Governo Federal. O diretor do Sindjustiça-CE, Iderlandio Morais, também participou do ato.
O movimento é chamado ‘Luta pela Vida’ e seguirá até o próximo sábado (28/8). A atividade é organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Em nota, a entidade explica que os indígenas têm denunciado de forma constante “o agravamento das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais.”
Além disso, os povos indígenas protestaram contra o chamado “marco temporal” para a demarcação de terras. O tema estava na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) desta tarde. Com o marco temporal, as etnias só podem reivindicar a demarcação de terras nas quais já estavam antes da promulgação da Constituição de 1988. Este é o segundo dia de atos na capital federal. A mobilização dos indígenas é pela rejeição da tese, defendida por ruralistas e garimpeiros.
“Eles [STF] não têm noção do sofrimento daqueles que moram embaixo de uma lona na beira da estrada e que tão dentro de uma retomada sofrendo ameaça, sofrendo reintegração de posse, lideranças criminalizadas”, afirmou Kretã Kaingang, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em vídeo divulgado.
Segundo o coordenador Kaingang, as mobilizações são necessárias e precisam continuar. “Até quando eles vão nos negar os direitos às nossas terras?”, questionou.
Manifestações
Além de Brasília, em diversas cidades do país os povos indígenas estão mobilizados em defesa dos seus direitos e contra o “marco temporal” como critério para a demarcação de terras indígenas.