Pode não ter diretamente essa intenção, mas o anteprojeto de lei encaminhado pelo Governo de Alagoas à apreciação da Procuradoria Geral do Estado, que visa repassar às entidades de classe o ônus salarial dos dirigentes liberados, pode significar o fechamento de boa parte dos sindicatos, sobretudo os que representam os servidores públicos estaduais.
Essa é a avaliação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas (SERJAL), que se une a outras entidades de classe para repudiar tal medida.
“É uma conduta antidemocrática que fere os princípios de garantia à organização sindical. Todos sabem que muitos sindicatos têm receita muito baixa e vivem em situação de dificuldade financeira, mal conseguindo pagar as contas de água, luz e internet. E que as entidades precisam de dirigentes presentes, para conduzir as lutas das categorias, com dedicação e independência. Por isso a lei assegura a prerrogativa de que alguns sejam afastados de suas atividades laborais, sem prejuízo ao seu salário, para se dedicar à entidade”, destaca o presidente do SERJAL, Aluciano Martins.
Na sua avaliação, transferir para a entidade o ônus salarial de um trabalhador, por ele ter sido eleito para representar sua categoria, é inviabilizar a organização sindical; condenar a entidade ao fechamento ou à imobilidade. “Esperamos que o governador retroceda nesse pensamento, porque afeta não só os sindicatos de servidores públicos, mas todo o movimento sindical, e isso nós não podemos aceitar”, conclui Aluciano.