A Praça Sete, em Belo Horizonte, foi ocupada manhã desta terça, 5, por um ato público contra a aprovação da Reforma da Previdência. Dirigentes, servidores e funcionários do SERJUSMIG se uniram a centenas de trabalhadores e lideranças sindicais de outros segmentos da iniciativa privada e do serviço público para protestarem contra diversos pontos do atual texto da Reforma, em especial contra a propaganda difamatória patrocinada pelo governo federal com recursos públicos, para ganhar o apoio da sociedade à aprovação da PEC que desmonta a Previdência Pública.
Tanto o presidente da república, quanto os deputados que apoiam o projeto foram duramente criticados pelas lideranças sindicais presentes. Sandra Silvestrini, presidente do SERJUSMIG, lembrou que nem mesmo para os que ingressaram antes de 2003 há uma regra de transição. Para estes, só mesmo a contribuição por no mínimo 40 anos e, ainda assim, condicionando às mulheres terem completado 62 anos de idade e os homens 65, o que só assim garantirá proventos integrais e paridade.
Sandra enfatizou: “Não sou privilegiada! Sou servidora pública, concursada, que hoje para me aposentar tenho que completar pelo menos 25 anos de contribuição e já com idade mínima pré-estabelecida. O governo mente para a sociedade quando chama os servidor público de privilegiado e diz que trabalha pouco e ganha muito. Omite que servidor público não tem FGTS para sacar quando da aposentadoria. Mente também para os trabalhadores da iniciativa privada ao dizer que lhes está mantendo os 15 anos para a aposentadoria, mas sem informar que com esse tempo de contribuição só poderão receber 60% a título da média do que contribuíram. É um governo que compra voto para aprovar a terceirização, a reforma trabalhista e o arquivamento do processo que autorizava a investigação do crime de corrupção a ele atribuído. Ele, literalmente, “está pagando para ter seus projetos aprovados”, criticou, duramente a sindicalista.
Quanto à propaganda do governo contra os servidores públicos, Sandra enfatizou: “Primeiro, o governo decidiu criar a falácia de que a Previdência é deficitária. Mas essa afirmação foi desmentida por uma CPI que investigou a fundo as contas da Previdência e concluiu que ela é superavitária. Agora, ele muda de tática e passa a justificar a necessidade da reforma tentando denegrir a imagem do funcionalismo público.”
No ato, os líderes sindicais fizeram questão de ler para o público os nomes dos deputados mineiros a favor da Reforma Trabalhista e Previdenciária contra os trabalhadores. A cada nome anunciado ao microfone, o público bradava: “Fora!”, numa relação às eleições de 2018.
Servidor, permaneça mobilizado. Entre nas redes sociais do seu deputado, pressione, expresse sua indignação. Envie também e-mails a eles, exigindo o voto contrário a essa Reforma. Essa luta é de todos nós!
O governo, que até então assumia não ter votos para aprovar o desmonte da Previdência, a partir de um jantar ofertado no domingo a alguns líderes políticos já acena com a possibilidade de pautar na próxima semana a PEC.