O PL 5181/2018, que institui os auxílios saúde e transporte aos Servidores do Judiciário Mineiro, foi lido no legislativo nesta terça, 15. A partir de agora, ele passa por três comissões e precisa ser aprovado em dois turnos no Plenário da ALMG. Hoje, um dia depois, o PL aparece como destaque em vários jornais. A presidente do SERJUSMIG chegou a ser entrevistada a respeito dos auxílios pelo jornal Metro.
Para Sandra Silvestrini, essa reação já era esperada. “É comum haver uma certa disposição para crítica a todo projeto que assegura direitos aos Servidores do judiciário que chega na ALMG. Chega-se ao ponto de criticarem revisão geral, chamando-a de aumento salarial. Já disseram que centenas de Servidores recebem salários acima do teto, incluindo nesta conta os magistrados, já que Servidores que recebem tais quantias não passam de cinco, e estão amparados por decisões judiciais”, explica.
Mas, a presidente do SERJUSMIG pondera que nesse momento, a situação a ser enfrentada com coragem e transparência pelos Servidores e sindicatos, é mais delicada. “O estado atravessa momento de parcelamento de salários dos servidores do Executivo e vão querer colocar como privilégio e risco às contas públicas a aprovação do PL dos auxílios. Nos resta, junto à imprensa, mas em especial à sociedade, esclarecer: Em primeiro lugar, os poderes têm definidos os percentuais que podem gastar com seus Servidores. O Judiciário está instituindo o benefício dentro da cota que tem direito. Ou seja, se o faz é porque ainda tem margem, dentro de seus recursos orçamentários, para fazê-lo”, ressalta.
Sandra reitera ainda que os problemas financeiros do estado não podem mais ser atribuído a Servidores que estão, no caso do Judiciário, acarretando perdas salariais de quase 14% e, em contrapartida, trabalham hoje com uma carga quase cinco vezes maior do que a de 10 anos atrás, mesmo com um quadro praticamente congelado de Servidores, os quais, em virtude dessa situação, estão adoecendo em grande número. “Não podem mais os trabalhadores, de nenhum dos segmentos do serviço público, serem responsabillizados pelos prejuízos e serem obrigados a pagar a conta da má gestão dos recursos públicos ou dos desvios de recursos”, frisa.
Para a líder sindical, é preciso questionar à sociedade que tipo de profissional ela quer que lhe atenda: profissional mal remunerado, sobrecarregado, sem condições de trabalho e doente? Isso em nome de o estado continuar privilegiando o capital, cedendo às pressões das grandes empresas e bancos e lidando com uma onda de corrupção desenfreada? “Tenho certeza que ao compreender a situação, verão que os auxílios, até pelos valores que terão, não são privilégio e sim uma forma de valorizar, minimamente que seja, um trabalhador que está aí para lhe servir”.
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