Ato convocado por Fenajud, Fenamps, Fenajufe e Ansemp aconteceu em frente ao Supremo Tribunal Federal e contou com a participação de movimentos sociais.
Servidores do Judiciário Estadual, Judiciário Federal e dos Ministérios Públicos Federal e Estaduais realizaram nesta quinta-feira (22) um ato marcante contra o auxílio-moradia em frente ao Supremo Tribunal Federal. A manifestação aconteceu mesmo após manobra de alguns ministros que solicitaram a retirada de pauta – para que outras ações tomassem a frente dos debates na Corte Suprema. Movimentos sociais que lutam pelo direito à moradia também participaram do ato. A Fenajud esteve representada pelo Coordenador regional Nordeste, Alexandre Santos.
Fux suspendeu o julgamento do benefício a pedido da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), que pediu para que o processo fosse submetido à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF).
O benefício pago a magistrados, promotores e procuradores e segundo a ONG Contas Abertas, representa um gasto de R$ 5 bilhões desde 2014, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, concedeu liminar permitindo que magistrados que tenham imóvel no local onde atuam recebam o benefício.
O protesto, convocado pela Federação Nacional dos Trabalhadores no Judiciário dos Estados (Fenajud), Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp), a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp), e pela Federação Nacional dos Trabalhadores do PJU e MPU (Fenajufe) tinha como foco criticar a imoralidade que é este privilégio.
Nas falas, os servidores questionavam a legitimidade do auxílio em um país onde mais de 44,4 milhões de trabalhadores recebem menos que um salário-mínimo, segundo apontou o IBGE no final de 2017.
Como forma de protesto, as entidades doaram alimentos, no valor de R$ 4.377,00 reais, ao movimento de luta pela moradia da Capital Federal. A ideia era mostrar a quantidade de alimento que é possível comprar com o valor do auxílio moradia recebido por juízes e desembargadores e membros do MP. São recursos que poderiam beneficiar milhares de famílias no Brasil inteiro, que lutam por moradia digna e por melhores condições de vida.