SINDJU-PA lança Coletivo de Mulheres da entidade com palestra sobre machismo

Na última quarta-feira, 6, ocorreu o lançamento do Coletivo de Mulheres do SINDJU, na sede do sindicato, na Cidade Velha. O evento contou com a presença da advogada Natasha Vasconcelos, pós-graduada em direito público e integrante da Rede Amazônica de Política para Mulheres, que palestrou sobre o tema “instrumentalização sobre o machismo”.

Danyelle Martins, Presidenta do SINDJU, disse estar esperançosa que o movimento cresça e tenha a participação de muitas servidoras. “Estou muito satisfeita de termos conseguido realizar esse evento, de ter construído esse coletivo e dele já ter tido uma boa adesão para a primeira reunião. Vai ser muito importante continuar esse debate na categoria, porque é um debate necessário, que atravessa todas as lutas sociais, não é só do Movimento do Judiciário, é universal. Estou feliz porque nós somos uma diretoria predominantemente feminina e a gente também encara as dificuldades do machismo no nosso ambiente de trabalho, na nossa vida privada, em todos os aspectos, então poder fazer essa discussão, aprender mais sobre isso hoje foi espetacular”. Sobre os próximos passos para esse coletivo, Martins disse que será escolher um nome: “vamos fazer um concurso para escolha do nome do coletivo, porque a gente quis colocar para todo mundo poder se manifestar”.

Leiliana Oliveira, integrante do SINDJU, disse que a ideia era criar outros coletivos também, a partir das demandas que surgissem: “como o Sindicato agora tem uma Presidenta, a gente queria criar um grupo que desse contribuições e, além disso, construir outras lideranças femininas que possam atuar no movimento sindical”. Mas com o trabalho em andamento outras ideias se consolidaram, como a “solidariedade entre mulheres, a possibilidade de formar, de aprofundar nesse assunto, feminismo e solidariedade, também com outras colegas de outros sindicatos, de centrais sindicais, de movimentos que atuam na mesma área”, concluiu.

Márcia Pinheiro, representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, também esteve presente ao evento, e considera que é preciso estimular a organização das mulheres. “É importante construir a  consciência das mulheres para que juntas possamos encontrar caminhos de luta contra a violência e a opressão. Construir o coletivo é um grande passo organizativo para o avanço da luta coletiva por trabalho igual e salário igual para nós mulheres”, comemorou.

Danielle Rocha, representante da Marcha Mundial das Mulheres que também atendeu ao evento, celebra: “Pra mim foi uma grata satisfação participar desse momento tão especial pela sua importância e relevância do lançamento do coletivo de mulheres servidoras do judiciário. Estar ao lado de outras mulheres que comungam e lutam por igualdade de condições  e direitos entre mulheres e homens, é sempre formidável. Que este coletivo tenha vida longa, que seja um espaço de resistência e luta pelas mulheres e que sias integrantes possam se inspirar, fortalecer e multiplicar”.

Walderez, Diretora do SINDJU, vê a criação do coletivo de mulheres do Sindicato como uma estratégia importante para trazer as mulheres para um espaço de acolhimento, onde possam se conhecer, se integrar e discutir as questões feministas. “É fundamental discutir aquelas dores que nos afligem no ambiente de trabalho, em casa, ou em qualquer espaço em que a gente esteja, e também vamos encontrar ferramentas para enfrentar essa estrutura dominante do machismo que é predominante em todos os espaços da sociedade”, explica.

Natasha Vasconcelos, advogada que apresentou a palestra “Instrumentalização sobre o Machismo” considera que foi muito emocionante e simbólico estar no momento de lançamento do Coletivo de Mulheres do Sindicato na semana em que se lembra o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. “É muito importante debater esse tema dentro dos Sindicatos, principalmente porque a maior parte das pessoas sindicalizadas são mulheres. Isso demonstra cada vez mais a necessidade de se pensar políticas sindicais visando o incentivo da participação das mulheres, no sentido de trazer também um retorno para a sociedade e para as pessoas que são impactadas com as funções e atividades dos sindicalizados e sindicalizadas”, detalha.

A advogada explica que o nome da palestra é a “instrumentalização contra o machismo” porque esse machismo ainda se manifesta muito nas nossas relações de trabalho, familiares e sociais. “Então, esse evento tinha como finalidade instrumentalizar essas mulheres no sentido de combater uma divisão tradicional de papel de gênero que afasta as mulheres dessa luta coletiva, que adoece as mulheres neste ambiente de trabalho, no sentido de também enxergar e criar enfrentamentos à desigualdade no local de trabalho”, conclui.

Fonte: SINDJU-PA

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