Fenajud repudia práticas antissindical e antidemocrática ocorridas contra o Sindijus-PR

A FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, que representa mais de 170 mil servidoras e servidores em todo o país, vem a público manifestar veemente repúdio a prática antissindical e antidemocrática direcionada ao Sindijus-PR, durante reunião na última sexta-feira, 23. Em tentativa de intimidação, o coordenador do Comitê Orçamentário e Gestor Regional da Política de Atenção Prioritária ao 1º Grau de Jurisdição, desembargador Fabian Schweitzer, tentou impedir a manifestação e atuação da entidade junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, advertindo que a entidade deveria agir conforme sua orientação.

Toda a reunião foi transmitida pelo YouTube. De acordo com o sindicato, “Ao iniciar a discussão da pauta das equipes multidisciplinares, o coordenador apontou que a questão “era prioritária pela Presidência” e que “um grupo de trabalho” foi estabelecido para solucionar a questão. Dessa forma, a entidade relata que, após a fala de Schweitzer, a diretora do SindijusPR, Carolina Nadolny, pediu a palavra para esclarecer que as equipes multidisciplinares não integravam o grupo de trabalho e o tema era pauta da reunião do Comitê justamente por falta desta representação. O coordenador ao retomar a palavra, indicou que o melhor caminho seria “retirar da Presidência os SEIs com as reivindicações dos servidores e enviar para ele”, que agiria com um interlocutor dos servidores junto a Presidência. “Eu recebo o expediente, eu levo, vai fluir melhor. Não adianta o confronto, não será produtivo”, afirmou.

Após a fala, segundo a entidade afiliada, a diretora Carolina Nadolny, então, pede a palavra para esclarecer que os servidores e o Sindicato não desistirão de nenhuma das vias, seja o CNJ ou através da mesa de negociação solicitada ao Comitê. Assista ao trecho aqui (entre 1h58m55s e 2h02m44s). Assim, o desembargador volta a assumir a palavra e pede “um voto de confiança” e a suspensão dos pedidos na Presidência como “sinal de boa vontade”, o que não foi acordado pela representante do SindijusPR, pois manifestações semelhantes da administração já ocorreram em outras oportunidades e em nenhuma delas o SindijusPR optou por deixar de lutar pela pauta dos servidores, essa é a essência do sindicato: a luta. Em tom amistoso, o desembargador disse que “Se não fizer isso, quebra o canal de comunicação… E se vocês não compreenderem, nós vamos fechar as portas”, ameaçou. O magistrado seguiu na tentativa de intimidação afirmando que “é assim que funciona”.

A Fenajud ressalta que esse tipo de postura inadequada, direcionada ao sindicato e seus dirigentes, que buscam seus direitos, deveriam ser revistas, pois o Brasil é signatário da Convenção 151 da OIT, que garante a liberdade sindical. Além disso a Constituição Federal brasileira, da mesma forma, assegura expressamente a liberdade de associação sindical, inclusive para o servidor público, em seus arts. 7.º, XXVI, 8.º, 9.º, 37, VI e VII. Nesse sentido, tentar obstar o direito à petição e negociação entre a entidade e a administração do Tribunal de justiça, configura afronta à própria legislação, o que não é admissível.

A entidade se coloca à disposição da entidade e da servidora e solicita ao TJPR que ouça respeitosamente as demandas da categoria, deixe de se esquivar das demandas que lhes cabem e preservem o direito à livre manifestação da categoria.

Por fim, a Federação aponta, que a ofensiva contra a classe trabalhadora e o movimento sindical tem sido uma prática crescente, em diferentes ambientes, nos últimos anos, que tenta a todo custo desmobilizar e desmontar toda a luta por direitos sociais e trabalhistas.

POR NENHUM DIREITO A MENOS

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