GT de trabalho remoto discute Impactos da digitalização no serviço público e na atuação sindical

O GT tecnologia, trabalho não presencial e saúde da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) realizou nesta sexta-feira, 07, mais uma atividade para discutir os impactos da digitalização no serviço público e na atuação sindical. Desta vez, o GT contou com a presença de Christina Colclough, coordenadora do Projeto Global ISP “No futuro digital”; e de Gabriel Casanti, coordenador de Justiça Fiscal, Comércio e Digitalização da ISP América Latina.

O mundo tem passado por grandes transformações tecnológicas, que vêm impactando a vida de todas as pessoas. No serviço público a tendência de digitalização de serviços e processos vem crescendo, e com ela a necessidade de se debater como a tecnologia está afetando não só aos servidores, mas o acesso da grande maioria da população a esses serviços.

Durante a reunião, Carolina Costa, coordenadora de Saúde dos Trabalhadores e Previdência da Fenajud, conduziu os trabalhos. Segundo Carolina, essa questão do trabalho não presencial e da questão da tecnologia não acontece só no Brasil, mas sim no cenário internacional. “Precisamos ter elementos para poder compreender o que está acontecendo, caminhos, e principalmente fazer um debate com os sindicatos de outros países, pra gente pensar que tipo de direito precisa ser construído aqui”, destaca.

Em sua fala, Christina Colclough abordou como as grandes big techs estão influenciando a vida das pessoas e o mundo do trabalho, e que as organizações da classe trabalhadora, e a sociedade civil, precisam se organizar para essa nova realidade. “É o momento de os sindicatos fazerem tudo que podem para reorganizar o processo de digitalização atual do trabalho. A China e os Estados Unidos, que estão quase em uma guerra um contra o outro, controlam o mercado, então como podemos usar a tecnologia de informação e como podemos saber quem controla a internet? Grandes empresas como Google, Amazon, Microsoft, entre outras, que tradicionalmente dominam o mercado? Então temos que entender que estamos sujeitos a questões deles. Não são trabalhadores ou sindicatos, ou a sociedade que vai desenhar a tecnologia. Ela está sendo desenhada para nós. Então qual o custo e o preço dessa conveniência? Acredito que se os sindicatos entenderem os direitos fundamentais da digitalização, podemos trazer demandas aos nossos governos e falar, aqui é o nosso momento. Sei que no Brasil existe uma urgência em torno de todo esse momento”, avalia.

Gabriel Casanti comentou sobre como a ISP identificou que um dos setores mais afetados com a digitalização é o setor do judiciário e que a entidade vem se mobilizando, e criando ferramentas para auxiliar servidores e sindicatos a enfrentarem essa nova era. “Esses temas de tecnologias, da digitalização, são temas que nos debates públicos, nas conversas, na imprensa, permeiam a nossa vida. É impossível escapar de falar ou viver esse processo. A digitalização é um tema presente na ISP, a partir da pandemia, a gente concluiu que deveria ser um tema chave, pois, durante esse período ficou muito claro que o processo de avanço e aceleração da digitalização no mundo, e que o setor judiciário é um dos setores com um grau mais elevado de digitalização, e isso é uma prioridade. Nos próximos anos teremos muitos estudos, formações, investigações e projetos com a preocupação e o foco especial nos trabalhadores do judiciário”, salientou.

Assista o GT na íntegra aqui. 

GT Fenajud

O GT Fenajud foi criado após deliberação do Conselho de Representantes da Federação, em janeiro deste ano, visando instituir um amplo espaço para debater pautas decorrentes do trabalho não presencial no serviço público, e assim, construir propostas conjuntas da categoria para garantir melhores condições de trabalho para servidoras e servidores e expandir a qualidade no serviço prestado à população. A próxima reunião está prevista para 11 de agosto com Vélvit Severo, sobre “Sofrimento e Isolamento Mental”.

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