Caso Yanomami: Fenajud cobra posicionamento e investigação das autoridades

Já não é mais possível aceitar a negligência do Poder Público e a ausência de leis efetivas que protejam e evitem o extermínio dos povos indígenas. Precisamos cessar as intimidações, as ameaças, as violências e as mortes nas comunidades tradicionais. São centenas de casos registrados cotidianamente.

E nos últimos dias, acompanhamos uma extrema situação de desumanidade, consequente da política nefasta adotada por algumas autoridades do país: lideranças do povo Yanomami denunciaram a morte de uma menina de 12 anos após ser estuprada pelos garimpeiros que tomaram conta da comunidade Aracaçá, região de Waikás, e o desaparecimento de outra criança de três anos, quando a tia das meninas resistiu à violência. Isso é inadmissível.

Ao tomar conhecimento da situação, a FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, que tem acompanhado de perto a luta dos povos indígenas, decidiu vir a público cobrar posicionamento do Governo Federal, do Legislativo, do Poder Judiciário e demais órgãos responsáveis, especialmente a FUNAI, para que haja uma investigação urgente e célere sobre o caso.

Os registros de casos semelhantes vem crescendo em todo país. Na região específica, os membros das comunidades indígenas apontam que se dá pelo avanço do garimpo sobre as terras localizadas no Amazonas e em Roraima, seja em terras Munduruku, dos povos do Vale do Javari, em terras às margens dos rios Jutaí e Japurá no médio Solimões ou nas terras do povo Yanomami.

Para a entidade, é inaceitável que os direitos dos povos originários sejam vilipendiados, renegados e que os crimes promovidos nas aldeias sejam encobertos. Diante de todo descaso do Estado, a Federação se solidariza com a pauta, repudia e denuncia com indignação toda forma de exploração e violência direcionada a esses povos, em especial, a violência sexual contra mulheres, adolescentes e crianças.

Por fim, a entidade se coloca à disposição das entidades representativas deste segmento, no que for possível, e pede o apoio da população para que se unam ao grito de socorro dos indígenas brasileiros.

Chega de violência e angústia para os povos indígenas

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