Os servidores e servidoras do Poder Judiciário do Estado de Alagoas farão uma paralisação de advertência, na próxima sexta-feira (12). Por duas horas, a categoria vai suspender as atividades e cruzar os braços numa manifestação em defesa da Data-base de 2019, que se encontra, há meses, encalhada no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa, aguardando decisão para votação em plenário.
A decisão da paralisação de advertência foi tomada em assembleia convocada pelo SERJAL (sindicato que representa toda a categoria do Judiciário estadual), realizada na manhã desta terça-feira (9), na Praça Deodoro, em frente à sede do Tribunal de Justiça, com participação de dirigentes do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Estado de Alagoas (Sindojus-AL) e de aproximadamente 100 servidores e servidoras da base sindical, vindos da capital e do interior do estado.
Antes de iniciar, eles fizeram um ato simbólico, com uma corrente de mãos dadas, em frente ao Tribunal de Justiça, mostrando que a categoria está unida e que a insatisfação pela não reposição da inflação acumulada desde 2019 é um sentimento de todos os servidores do Judiciário estadual. “Esse ato simboliza que estamos unidos, fortalecidos nessa união, e que ninguém vai soltar a mão de ninguém”, destacou o presidente do SERJAL, Aluciano Martins.
Durante as falas, vários dirigentes dos dois sindicatos manifestaram a insatisfação em relação ao tratamento recebido pela categoria. Os diretores do Sindojus-AL, Williams Andrade e Cícero Filho, classificaram como discriminatório o tratamento dado aos servidores do Judiciário estadual, que continuam lutando pela data-base de 2019, enquanto as demais categorias dos servidores públicos do Estado já foram contempladas com a reposição da inflação.
Esse também foi o tom dos discursos dos dirigentes do SERJAL, lembrando que o TJ tem sido omisso em relação à defesa de seus servidores, e cobrando também responsabilidade da Assembleia Legislativa, que deve fazer prevalecer sua autonomia de Poder constituído e independente, e votar o projeto de lei que garante a reposição.
Servidores e servidoras consideraram humilhante ter que estar pedindo insistentemente e lutando de forma desgastante pela aprovação de um direito constitucional – de reposição da inflação – previsto também no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da categoria. Em todas as falas, fez-se presente também o sentimento de união e de apoio à luta dos dois sindicatos e seus dirigentes, contra toda e qualquer tentativa de intimidação, de quem quer que seja.
Nos encaminhamentos de luta, houve proposta de paralisação por um dia, com perspectiva de caminhar para greve por tempo indeterminado. Mas a assembleia decidiu, por ampla maioria, fazer, inicialmente a paralisação de advertência, por duas horas, na sexta-feira, e manter o regime de assembleia permanente para futuras deliberações a qualquer momento.