Atividade aconteceu de forma virtual no âmbito do Coletivo Jurídico durante toda na terça-feira (23). Evento reuniu quase 40 pessoas ao longo do dia.
Quase 40 pessoas se reuniram durante todo esta terça-feira (23) em mais um Encontro do Coletivo Jurídico da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados). A atividade foi uma oportunidade de reunir advogados, advogadas e dirigentes dos sindicatos de base da Federação, para debater oportunamente sobre os temas mais delicados que podem prejudicar de forma categórica todo o serviço público e aqueles que nele atuam. Esta edição foi realizada de forma virtual devido a pandemia ocasionada pela Covid-19.
Janivaldo Nunes, coordenador-geral da Fenajud abriu os trabalhos e ressaltou a importância dos temas que foram trabalhados na atividade jurídica. “Percebam todos que são temas atualíssimos, porque certamente teremos que atuar nessa frente nos Tribunais – caso a PEC Emergencial e a Reforma Administrativa, sejam aprovadas no Congresso Nacional. Esse braço da nossa luta [jurídico] é muito importante.”.
Além disso, bastante emocionado, Janivaldo discorreu sobre o dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra, e os últimos episódios dos quais se tem notícia: a morte de João Alberto em um Hipermercado de São Paulo e um “Manifesto pela Magistratura de Pernambuco”, produzido por magistrados do estado, que evidência um caráter elitista e desagregador.
Na primeira mesa do dia, os dirigentes da Fenajud, Janivaldo Nunes e Bernardino Fonseca, receberam o professor e economista Dr. José Sergio Gabrielli de Azevedo, que falou sobre “A conjuntura econômica e política na Pandemia e o retrocesso social e econômico do Brasil”. Gabrielli fez uma apresentação mais técnica de economia, política e as perspectivas para 2021. Além disso, fez uma avaliação de qual reforma o Brasil precisa. Em sua fala, baseada em órgãos oficiais, ele disse que “Vamos viver conflitos institucionais mais intensos nos próximos meses.
Em sua fala a Dra relembrou propostas que foram aprovadas com a falácia de que ajuda o país, quando na verdade elas foram prejudiciais. “A reforma trabalhista retirou direito e renda da população. A Reforma da Previdência também implicou perda de renda em que se aposenta desde então. O próximo alvo é a reforma administrativa, que podemos chamar de reforma trabalhista do serviço público”.
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Logo depois foi a vez dos dirigentes da Federação e da base ouvirem Tiago Rodarte – DIEESE-MG que falou sobre o mesmo tema e complementou a fala da ex-ministra. A mediadora das duas mesas foi a coordenadora Coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da Fenajud, Ana Paula Araújo.
Tiago foi direto e objetivo ao dizer que “a reforma tem um impacto muito grande para os servidores e servidoras, mas também para a sociedade. Todos os estudos do Dieese mostramos que essa reforma também irá afetá-los [população]”
O especialista apresentou gráficos e dados que mostram que a reforma na verdade é um desmonte de estado.
Por fim, e não menos importante, a Federação recebeu o Dr. Penildo Filho para debater “Os Impactos da Política Neoliberal na Sociedade e nos Direitos Neoliberais”. A mediadora foi Anne Chrystiane Da Silva Marques.
“Para entender o contexto atual é necessário analisar a conjuntura internacional e nacional, o lugar do Brasil na reconfiguração da geopolítica e a ruptura institucional de 2016 e a onda conservadora em 2018”