Sindijus-PR: assédio pode aumentar ainda mais com a Reforma Trabalhista

  • Como sabemos hoje, a Reforma Trabalhista promove a retirada de direitos históricos conquistados pelos trabalhadores, e altera pontos sensíveis da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As alterações promovidas, que estão em vigor desde o dia 11 de novembro de 2017, poderão aumentar o número de trabalhadores terceirizados e prejudicar a possibilidade de trabalhadores informais alcançarem direitos. Parte dos trabalhadores ainda não se deu conta da gravidade desta reforma. Ela criará ainda mais desigualdade, e essa estabilidade no serviço público pode aumentar o assédio moral e sexual.

    A reforma está dando ainda mais autoridade aos superiores hierárquicos, e com a aprovação da permissão de serviços contratados, terceirizados, não mais restrita apenas à atividade-meio, mas sim no serviço público. Tais mudanças prejudicam ainda mais os servidores.
    Apesar de não ser uma prática nova no mercado de trabalho, o assédio vem sendo debatido com mais frequência nos últimos anos. Sabemos que o assédio moral se caracteriza pela pressão constante sobre o trabalhador, e pela humilhação a que estão submetidos.
    O Sindijus-PR recebe inúmeras denúncias de que servidores estão inclusive afastados por adoecimento, vítimas do assédio moral. A realidade é assustadora, e pensando na saúde do servidor o sindicato oferece assessoria jurídica aos seus filiados que vem sofrendo de assédio. O atendimento é prestado pela Dra. Rosangela Ziliotto que, por ser escrivã criminal aposentada, conhece bastante a realidade dos servidores do Judiciário. Os servidores podem agendar suas consultas pelo telefone (41) 3075-5555.
    Sabemos que o assédio moral leva o servidor à depressão, estresse e outras enfermidades. Se você é testemunha de cenas de humilhação no seu local de trabalho supere o medo, denuncie, e seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a próxima vítima”, e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso.
    Lembre-se que a batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito e a auto-estima, deve ser trabalhada por uma formação de um coletivo, envolvendo Sindicato, advogado, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
    Dr. Rosangela destaca que o assediado-servidor se isola, fica desmotivado, irritado, revoltado, fracassado, e isso acarreta depressão e transtornos do pânico. “A pessoa que sofre assédio moral se sente ‘pequena’, com uma diminuição do prazer, dificuldades com relações a outras pessoas, não consegue mais realizar suas tarefas, desconfia de todos”, conclui.
    Segundo o coordenador-geral do Sindijus-PR, José Roberto, um local de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja “vigilância constante” objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro” e com a cooperação.

    Pâmela Mendes Leony

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