Neste sábado (24) os trabalhadores do Judiciário baiano aprovaram as contas do SINTAJ (Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia) referentes ao ano de 2017 e realizaram um debate sobre a importância de os trabalhadores autorizarem a contribuição sindical. A aprovação das contas, assim como a discussão, ocorreu em assembleia.
Durante a assembleia ordinária de prestação de contas, o presidente do Conselho Fiscal, Luiz Cláudio Oliveira, apresentou para os trabalhadores o balanço detalhado dos gastos do sindicato durante o ano de 2017 e leu o relatório formulado pelo Conselho em que o grupo encaminhava pela aprovação das contas.
Logo após os servidores tirarem suas dúvidas, as contas foram colocadas em votação e aprovadas por ampla maioria.
Já na assembleia extraordinária, segunda a ser realizada, os trabalhadores debateram a necessidade de os trabalhadores assinarem a autorização para desconto da contribuição sindical. Os coordenadores aproveitaram para conscientizar os presentes sobre os interesses escusos que estão por trás do fim da obrigatoriedade do imposto. “Isso só interessa ao patrão. Isso não nos interessa. Principalmente porque a gente pode mostrar para vocês onde esse dinheiro está sendo aplicado”, afirmou a coordenadora jurídica do SINTAJ Elizabete Rangel.
Ainda na mesma reunião, os trabalhadores acataram um encaminhamento da mesa, segundo o qual, desde que haja previsão orçamentária e não ocorram imprevistos de força maior, os membros da coordenação podem fazer uso de uma pequena parte dos fundos do SINTAJ para custear a campanha pela unificação sindical.
Também neste sábado foi iniciado o Encontro de Delegados. A abertura do evento ficou por conta da economista e supervisora técnica do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Ana Georgina Dias. A palestrante fez uma explanação sobre a Reforma da Previdência, explicado os riscos que a proposta traz para os trabalhadores brasileiros.
Segundo a economista, apesar de a Reforma estar parada no Congresso, devido à intervenção militar no Rio de Janeiro que impede a votação de qualquer emenda constitucional, existe a possibilidade de o texto ser votado após as eleições, quando os deputados não mais se sentirem ameaçados pela possível perda de votos decorrente da aprovação do projeto.
Ana Georgina fez um panorama sobre o contexto de crise política e econômica em que a Reforma surgiu e abordou a relação dela com a PEC do Teto, a Reforma Trabalhista e a terceirização irrestrita – todas já aprovadas e em vigor.
A supervisora também falou sobre as mudanças que a matéria traz fazendo um comparativo entre o regime previdenciário atual e como ele ficará caso a reforma seja aprovada.
Ana Georgina afirmou categoricamente que o déficit da previdência é fictício. De acordo com a palestrante, o rombo é causado pelo modo como o governo faz o cálculo, deixando de lado rendas que também vão para o sistema previdenciário, além da contribuição do trabalhador, como aportes financeiros resultantes de impostos cobrados a todos os cidadãos e de jogos lotéricos, por exemplo.
“A previdência não é bancada simplesmente por quem trabalha e contribui. Como ela tem múltiplas fontes de financiamento todo mundo que está aqui contribui com a previdência”, sacramentou.