Fenajud participa de seminário na Câmara dos Deputados e reforça mobilização contra a Reforma Administrativa

Entidade reforça mobilização nacional contra a PEC 32, ao lado de entidades sindicais e parlamentares comprometidos com a defesa do serviço público.

A Fenajud – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados esteve presente, na tarde desta segunda-feira (8/7), no seminário “A Reforma Administrativa”, realizado no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O evento, promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, reuniu parlamentares, especialistas e entidades sindicais de diversas esferas da Federação. A atividade teve como objetivo alertar para os impactos negativos das propostas em tramitação, como a PEC 32/2020, sobre o funcionalismo público e o Estado brasileiro. Representando a Federação, participaram os coordenadores-gerais Alexandre Santos e Eduardo Couto, que acompanharam os debates e reforçaram o posicionamento da Fenajud em defesa dos servidores e da qualidade dos serviços públicos.

A abertura do evento foi conduzida pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que reafirmou o compromisso com a valorização do serviço público. “Nossa expectativa é que, de fato, não tenhamos o escopo da PEC 32/20 ressuscitado. Não admitiremos nenhum tipo de perda ou prejuízo para os trabalhadores públicos”, afirmou. O deputado Pedro Uczai (PT-SC), que coordenou os trabalhos, também se posicionou de forma firme contra as propostas de desmonte do serviço público. Além deles, parlamentares como Carol Dartora (PT-PR), Luciene Cavalcante (PSOL-SP), Rogério Correia (PT-MG) e Reimont (PT-RJ) também manifestaram forte oposição à reforma, destacando os riscos à estrutura do Estado e ao atendimento à população.

Durante o seminário, o coordenador-geral da Fenajud, Eduardo Couto, em sua fala denunciou a desigualdade de tratamento nas audiências públicas e a tentativa de maquiar o debate sobre a Reforma Administrativa. “Estivemos no seminário e nos deram três minutos de fala. No mesmo dia, à tarde, acompanhei uma audiência pública com representantes do setor produtivo, onde cada um teve dez minutos para se pronunciar. Não há isonomia, não há paridade de ‘armas’. Existe apenas a aparência de um debate com a sociedade. Ele também criticou a presença do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que, segundo Couto, teve espaço ampliado para defender os interesses do mercado. “Falou por dez, doze, quinze, vinte minutos, em nome do setor financeiro, enquanto a fala dos representantes do serviço público foi rigidamente controlada.” O coordenador ainda relatou que, pouco antes do seminário, um deputado declarou que o GT não discutirá estabilidade, direitos ou o tamanho do Estado — o que, para ele é uma falácia.

Já Alexandre Santos disse que “O momento exige unidade e mobilização. É fundamental que os sindicatos se organizem e participem ativamente das ações, tanto em Brasília quanto em seus estados. Precisamos aumentar a pressão sobre os deputados, especialmente em suas bases eleitorais, para mostrar que a sociedade está atenta e não aceitará retrocessos. A luta contra a Reforma Administrativa não pode ficar restrita à capital federal. A mobilização precisa ser nacional, forte e permanente, com sindicatos atuando em cada canto do país para defender o serviço público e os direitos de quem o constrói diariamente”, afirmou Alexandre Santos, coordenador-geral da Fenajud.

Ato de resistência e unidade

Durante a atividade, os participantes do seminário se mobilizaram e realizaram um ato simbólico dentro da Câmara dos Deputados. Ao final dos debates, deixaram o Auditório Nereu Ramos e seguiram em caminhada até o Salão Verde, em um gesto de unidade e resistência, para reafirmar o recado claro aos parlamentares: não à Reforma Administrativa. A mobilização marca o início de uma nova etapa de pressão popular, que será intensificada nas próximas semanas, tanto dentro quanto fora do Parlamento. Há, inclusive, a indicação de retomada dos atos nos aeroportos, com o objetivo de denunciar os retrocessos da PEC 32 e cobrar posicionamento dos deputados diretamente nos locais de embarque e desembarque.