Federação adere à campanha de conscientização contra a violência contra a mulher e intensifica ações de valorização das mulheres no mercado de trabalho.
Abrindo as agendas de Agosto Lilás, mês da campanha de conscientização pelo direito das mulheres e contra a violência doméstica, o coordenador de Formação Sindical da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), Neto Puerta, esteve em reunião no Ministério das Mulheres, no dia 3 de agosto.
Durante a conversa com Analine Almeida Specht, chefe de gabinete da Secretaria de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do ministério; e Lucimara Cardozo, coordenadora-geral de Cultura, o coordenador citou a importância de o Brasil ratificar a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A norma é de 2019 e versa sobre ações contra o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
Outro tópico abordado foi a necessidade de desmistificar a ideia de que as servidoras e os servidores do judiciário são “privilegiados”. Segundo o coordenador, que citou Santa Catarina como referência, 61% da categoria é composta por mulheres, que estão sofrendo com a precarização do trabalho. “Na verdade, privilegiados são os magistrados, onde a composição se inverte e a categoria possui 66% de homens nos cargos. Por trás, tem uma massa de trabalhadoras e trabalhadores que fazem a grande maioria do trabalho e que tem condições ruins de trabalho, seja pela intensificação do advento das tecnologias, seja pela falta de pessoal, seja pelas condições físicas nos locais de trabalho”, salientou.
Em uma perspectiva de que a grande maioria dos trabalhadores do judiciário são mulheres, elas são as que mais sofrem com a sobrecarga na jornada. “Quando se fala do trabalho no judiciário se fala em um trabalho feito por mulheres, com todas as implicações de quem mantém a reprodução social”, concluiu o coordenador.
Mês de luta pelas mulheres
A agenda fez parte de várias ações que englobam o Agosto Lilás, campanha de conscientização que nasceu com o objetivo de prevenir e denunciar a violência contra a mulher, incentivando as denúncias e a atenção por parte da sociedade. O mês marca o aniversário de uma das legislações de maior visibilidade e proteção das mulheres, a Lei Maria da Penha (11.340), que em 2023 completa 17 anos.
Durante o mês de atividades do #AgostoLilás, as coordenadoras da Fenajud participarão, nos dias 15 e 16 de agosto, da Marcha das Margaridas, ação de mulheres do campo e da floresta, que integra a agenda dos movimentos de trabalhadoras e trabalhadores rurais e do movimento feminista.
A marcha, que é realizada desde o ano 2000, visa a valorização das mulheres, o respeito e a presença de mulheres na política e nos locais de poder, além de ter um caráter formativo, de denúncia e de diálogo com o governo federal. A expectativa é reunir mais de 100 mil mulheres na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.