Coordenadores da Fenajud, Alexandre Santos e Eduardo Couto, participaram da atividade na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22). Debate reuniu especialistas e parlamentares que apontaram o panorama e os desafios para o próximo período.
O mundo do trabalho, a revogação da reforma trabalhista, a inserção de setores hoje marginalizados da sociedade no mercado foram temas centrais do Seminário Trabalho, Emprego e Renda na Centralidade do Projeto de Desenvolvimento do País, realizado nesta terça-feira (22), na Câmara dos Deputados. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) participou da atividade, por meio dos coordenadores Alexandre Santos e Eduardo Couto, e contribuiu com o debate em curso.
Para Alexandre Santos, “O governo que está à frente do nosso país vem promovendo grande esforço para realizar diversas privatizações, sucateamento e retirada de direitos, tanto do setor privado quanto do setor público e isso deve ser combatido com veemência. A Fenajud estar em um ambiente de debate e construção coletiva é extremamente importante. Precisamos cobrar investimento nesses setores que estão precarizados, mas também precisamos repensar e projetar o futuro que queremos. E o país que queremos é com emprego, renda e investimento nos setores. Não podemos simplesmente cruzar os braços e esperar acontecer. É necessário colocar a mão na massa e propor as melhorias”.
Eduardo Couto, parabenizou os organizadores pela realização do evento e ressaltou a importância da resistência da classe trabalhadora para impedir os retrocessos. “Estamos falando aqui sobre a travessia desses tempos sombrios, onde a classe trabalhadora não consegue sequer respirar. De 2016 para cá tivemos uma série de ataques neoliberais, tivemos a reforma trabalhista, houve uma tentativa de reforma da Previdência no governo Temer, PEC do teto dos gastos – que estrangulou os investimentos em saúde e educação, depois veio a reforma da Previdência do Bolsonaro, além das reformas estaduais. Muito se tem falado sobre a revogação da reforma trabalhista, a gente tem sim que discutir isso com um governo mais progressista”.
Eduardo pontuou diversos tópicos importantes durante sua contribuição no debate. Confira o vídeo na íntegra:
O coordenador do Núcleo de Trabalho do PT na Câmara, deputado Rogério Correia (PT-MG), explicou que o tema do emprego e da geração de renda será um dos principais temas do debate nas eleições deste ano. “Este é um tema central para o País neste momento. O Brasil tem hoje cerca de 14 milhões de desempregados, mais de 20 milhões no subemprego, e ainda enfrenta uma redução brutal da renda dos mais pobres e da classe média. Portanto, este será um tema central na disputa eleitoral deste ano, principalmente pelo fato de que, após o golpe de 2016, tivemos uma reforma trabalhista que foi aprofundada pelo atual governo neofascista do Bolsonaro”, afirmou.
Na mesma linha de pensamento, o Líder da Bancada do PT no Senado, o senador Paulo Rocha (PA), ressaltou que o atual momento para os parlamentares petistas e entidades ligadas aos trabalhadores é de resistência aos retrocessos propostos por Bolsonaro, além de formulação de propostas para melhorar as condições do mercado de trabalho no País. “Esse seminário é importante para mantermos uma sintonia fina entre nossas bancadas (PT na Câmara e no Senado), os movimentos sindicais, sociais e urbanos, juntamente com a Fundação Perseu Abramo, o Instituto Lula e o próprio partido, para que com essa experiência acumulada possamos apresentar propostas à coordenação do Programa de Governo do Presidente Lula para recuperar a felicidade da classe trabalhadora do nosso País”, declarou Paulo Rocha.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que coordenou a 1ª Mesa de debate, citou ainda outros desafios que deverão ser enfrentados em um possível governo Lula, a partir de 1º de janeiro de 2023. “Nos últimos anos tivemos diversos retrocessos no mercado de trabalho, como a terceirização irrestrita, a reforma trabalhista e a a uberização do trabalho. Temos que avançar como fez a Espanha e revogarmos a nossa reforma trabalhista, incluir a geração nem-nem (nem trabalha, nem estuda) no mercado de trabalho, regulamentarmos o teletrabalho e o trabalho remoto, combatendo a precarização, e ainda fortalecendo a fiscalização do trabalho para combater o trabalho escravo, que vem aumentando nos últimos anos”, observou Paim.
Debates
Outro tema tratado no debate foi sobre a inclusão de setores da sociedade no mercado de trabalho ou com trabalhos precarizados. No seminário também foi destacada a necessidade de proteger os trabalhadores que hoje prestam serviços por meio de plataformas digitais. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ana Cláudia Moreira Cardoso, entre 2012 e 2019 houve um aumento de 54% dos trabalhadores neste segmento, com 4,3 milhões de pessoas tendo os aplicativos como trabalho principal, representando 4,5% do total de ocupados no País (Dados de 2019).
Organização
O evento foi coordenado pelo Núcleo de Trabalho do PT na Câmara e promovido pelas Lideranças do PT na Câmara e no Senado, Secretaria Nacional Sindical do PT, Fundação Perseu Abramo e Instituto Lula.
Com informações do PT na Câmara