Atividade aconteceu nesta quinta-feira (12), em parceria com o Serjusmig. Modelo será replicado em parceria com sindicatos filiados. Agenda de Encontros em 2020 será divulgada pela Federação.
Acolhimento, emponderamento e transformação: essas palavras definem o I Encontro Nacional de Mulheres da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) realizado nesta quinta-feira (12), em Belo Horizonte (MG). Dedicado integralmente ao debate sobre os desafios e perspectivas, tanto na política como no mundo sindical, as trabalhadoras do judiciário estadual refletiram sobre o lugar que ocupam e onde querem chegar. Diante de diversos relatos emocionantes e de palestras ministradas por duas mulheres de luta – Deputada Beatriz Cerqueira e a Doutora Lívia Natália, as participantes puderam conhecer e contribuir com o projeto final do Coletivo de Mulheres da Fenajud – fundado nesta primeira edição. Modelo será levado aos estados por meio de encontros estaduais, em 2020.
A abertura foi feita pelas dirigentes da Fenajud, Sandra Silvestrini e Ana Paula Araújo, coordenadora geral e coordenadora de Gênero e Etnia, respectivamente. Em sua fala, Ana Paula ressaltou a história de mulheres negras inspiradoras que marcaram história no Brasil e no mundo. Ela fez referência às dificuldades enfrentadas pelas mulheres ainda nos dias atuais, como também no ambiente de trabalho e de luta. A coordenadora ponderou que “somente ocupando espaço de poder nas entidades sindicais, partilhando igualmente os postos de comando e direção, as mulheres poderão garantir as reivindicações específicas”.
Enquanto isso, Sandra relatou a satisfação do sindicato de base, Serjusmig, em receber a atividade no estado de Minas Gerais e a importância de debates como este nas entidades filiadas à Fenajud. Para ela, “o Encontro é mais uma oportunidade de mostrar que a Fenajud dá voz a todas as mulheres”. Ela ressaltou ainda que “durante a atividade as dirigentes puderam perceber que, na prática, faltam mulheres nas instâncias de poder. Embora sejam maioria, as mulheres estão fora desses espaços”.
O primeiro painel do dia foi ministrado pela Deputada Estadual do Estado de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, que ministrou a palestra sobre “O papel da Mulher na Organização Sindical e na Política”. A parlamentar ressaltou a necessidade das mulheres ocuparem os espaços de fala,. “Precisamos de mulheres na política que possam lutar por mais mulheres”, disse.
A professora Lívia Natália, que esteve na segunda mesa do dia sob a mediação da coordenadora regional Centro-Oeste, Andrea Ferreira, iniciou o debate bem humorado questionando “o que é feminismo?”. Diante das respostas, ela apresentou o que a maioria da sociedade pensa e o que realmente é. Com isso, seu discurso girou em torno do gênero, empoderamento feminino, da defesa dos direitos das mulheres e do combate a todas as formas de opressão.
Durante sua exposição, Lívia abriu espaço de fala e diversas mulheres relataram através de depoimentos emocionados histórias de violência, preconceito e abusos. Sobre isso, Andrea ressaltou que isso só foi possível graças ao acolhimento possibilitado no Encontro. “Foi um momento de união, de companheirismo e todas se sentiram em um lugar seguro, acolhidas. As histórias relatadas nos emocionaram e fomos transformadas. Depois desse Encontro de Mulheres, nunca mais seremos as mesmas”, disse.
O Coletivo
Um dos momentos mais aguardados do Encontro foi a segunda parte do evento, dedicada à construção do Coletivo de Mulheres. As coordenadoras, Climeni Rodrigues e Adriana Pondé apresentaram a prévia do documento para que as participantes pudessem conhecer na íntegra e assim colaborar com a formatação do Coletivo de Mulheres. Um dos pontos destacados no texto é que o Coletivo irá atuar pela ampliação de mulheres nos espaços de poder e de atuação, pela valorização profissional das trabalhadoras do judiciário estadual, pelo Estado Democrático de Direito, pela soberania nacional e por uma sociedade justa e igualitária.
Climeni disse que durante o Encontro de Mulheres, as participantes discutiram as ações futuras e locais do país que necessitarão de implementação de uma política voltada para valorização e empoderamento das trabalhadoras. Sobre os objetivos do Coletivo ela conta que “O Coletivo irá promover a expansão do espaço feminino no judiciário brasileiro, nos sindicatos e na sociedade. O trabalho será desenvolvido por uma série de encontros, oficinas, vídeos e palestras.”
Adriana aponta que tendo a Fenajud como protagonista, as ações propostas visam desenvolver ações educativas de sociabilidade, arte e cultura, oportunizando as discussões das suas condições de cidadãs/trabalhadoras. Há a necessidade de fazer essas mulheres se verem na sociedade e no seu ambiente de trabalho como membro participante e determinante, capaz de interagir, mudar e transformar. “Assim, para que isso se torne efetivo, serão necessárias ações educativas que promovam o resgate de suas identidades e autonomia”, pondera.
Calendário
Após a formatação do Coletivo, as participantes organizaram as próximas atividades que serão realizadas em diferentes estados no ano de 2020. As datas e locais dos Encontros serão divulgados oportunamente.