Janeiro branco – Em atenção à saúde mental

O Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina, mas o número de pessoas que sofrem de doenças mentais comuns está aumentando no mundo inteiro, principalmente em países de baixa renda. Essa informação consta no relatório “Depressão e outros transtornos mentais”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2023. Esse problema tem atingido pessoas de todas as classes sociais sendo, inclusive, a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, de acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho divulgado pelo TRT-13, no ano passado. Os dados acendem um alerta e reforçam a importância de se promover ações nos mais diversos ambientes.

Aproveitando a simbologia do início do ano e vendo essa necessidade de ações efetivas em prol da saúde psicológica, surgiu o “Janeiro Branco” – um movimento iniciado em 2014, em Minas Gerais, pelo psicólogo Leonardo Abrahão e que tem crescido substancialmente no país, com apoio de colaboradores em todo o território nacional. Para estimular e fomentar a valorização da saúde mental, a FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados aderiu ao movimento este ano e ouviu a psicóloga Rita Rocha (CRP 01/19406) para entender sobre a campanha nacional e alertar para os cuidados com a saúde emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico.

A psicóloga Rita aponta que o “Janeiro branco é uma campanha a nível nacional, onde se fala de prevenção e também de manutenção de saúde mental de toda população. Assim como nós temos o Setembro Amarelo e Outubro Rosa etc, temos agora o Janeiro Branco. Apesar de ter um mês específico, é para lembrarmos de termos saúde mental de janeiro a janeiro. A gente precisa ter consciência emocional. Isso que essa campanha nacional de saúde nos traz: promoção de saúde mental como um todo. Trazer à luz questões emocionais, que são tabus. Agora, essa campanha virou Lei (14.556/23), foi regulamentada no mês de abril e é voltada para à prevenção e à promoção da saúde mental, que visa trazer luz para que entendam quando buscar ajuda e qual caminho seguir.”, diz.

Rita ressalta que “A saúde mental é tão ou mais importante que a saúde física. Infelizmente as pessoas não têm essa consciência ou noção. Muitas vezes os sintomas físicos já são a somatização. Se você cuidar das suas emoções, dificilmente iriam manifestar problemas no corpo, porque o nosso organismo é sábio. A partir dos sinais, como alteração do sono, alteração do apetite, pensamentos negativos, respiração alterada, tudo isso são sinais, para que a pessoa entenda que precisa buscar recursos para lidar com aquilo”, diz.

Para especialistas, o sofrimento emocional, associado ou não a um transtorno mental, pode ser prevenido ou atenuado se as pessoas conhecerem estratégias para cuidar da saúde mental. Reconhecer e nomear a emoção é o primeiro passo. “Buscar ajuda profissional é importante para alcançar melhor qualidade de vida, pois a partir daí é possível encontrar caminhos terapêuticos para lidar com os problemas emocionais. A gente deve procurar ajuda profissional toda as vezes que não soubermos lidar com alguma questão, seja ela qual for”, pontua.

Entre as dicas de especialistas da área da saúde para melhorar a saúde mental, estão: realizar a prática de exercício físico, criar o hábito de não acumular muitas funções, manter uma alimentação saudável, manter noites de sono regulares e até mesmo ter alguns momentos de ócio.

Onde buscar ajuda?

De acordo com o Ministério da Saúde, “além dos atendimentos na rede privada, existem diversos órgãos na Rede de Atenção Psicossocial, composta por diferentes serviços e ações que podem auxiliar aqueles que precisam de suporte profissional”.

Entre eles estão, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) – que desempenham um papel crucial na proteção e garantia dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais – e as unidades de saúde, que são dedicadas ao atendimento de indivíduos que sofrem de transtorno ou estão enfrentando sofrimento mental. As unidades de saúde fornecem ainda as informações sobre os serviços de saúde mental na região.

A população também conta com hospitais, clínicas e Unidades Básicas de Saúde que podem direcionar e orientar as pessoas que necessitam de cuidados em saúde mental para essas instituições especializadas.

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